A partir do século XIX os engenheiros surgem como agentes fundamentais do desenvolvimento económico português. A sua formação técnica-científica permite-lhes desempenhar uma importante acção quer nas estruturas administrativas ligadas ao desenvolvimento material do país, quer na criação de infra-estruturas e promoção da actividade industrial.
Na segunda metade de oitocentos, a engenharia civil autonomizou-se e o surgimento da Associação dos Engenheiros Civis Portuguezes marcou um ponto importante na sua organização e na sua capacidade de intervenção na sociedade. A organização do 1º Congresso Nacional de Engenharia, em 1931, constitui um momento importante na imagem pública dos engenheiros e permitiu relembrar e reavaliar o papel poe eles desempenhado na modernização do país.
Neste trabalho pretende-se analisar a organização da engenharia civil enquanto estrutura de organização profissional e o papel que os engenheiros desempenharam no desenvolvimento económico do nosso país.

Civil Engineers and Economic Growth: Portugal 1850-1931

During the 19th century, engineers became one of the main forces of the Portuguese economic development. Their specific training, which associated technique and science, practice and theory, allows them to have a decisive role on the process of modernisation of the country, acting on the administrative level as well as on the field (roads, railroads, ports and industry).
From the middle of the 18th century onwards Portuguese civil engineering achieved its own identity, clearly marking the boundaries of its expertness. The foundation of the Associação dos Engenheiros Civis Portuguezes (Portuguese Civil Engineers' Association) in 1869, mirrors the more widely accepted position in which a new role was ascribed to technology and marks the emergence of a professional consciousness. In 1931, the 1st National Engineering Congress, asserts this new image of Portuguese engineers, in which they think and present themselves as a specialised group essential to the technological growth of Portugal and, therefore, to the whole process of modernisation.
In our paper we try to uncover some of the paths of this complex relationship between technology/technological community and society.

Ana Maria Cardoso de Matos –Docente da Universidade de Évora

Maria Paula Diogo–Docente da FCT / UNL