A economia popular como estratégia afro-brasileira de superação da exclusão |
O processo de desmercantilização da força de trabalho,
engendrado pela contemporânea crise da sociedade fundada no
trabalho assalariado e contratual, oportuniza que um conjunto
cada vez maior de pessoas produza materialmente sua existência
através de atividades econômicas alheias às relações de
assalariamento, revitalizando as tradicionais formas de
reprodução social com base no trabalho autônomo e realizadas
no contexto doméstico e numa cultura de solidariedade.
O aflorar do multiculturalismo, uma outra dimensão da
mundialização, afirma as diferenças, as múltiplas
identidades, permitindo a retomada das solidariedades
comunitárias.
Hoje reconhece-se a presença da economia popular (EP), a
existência de um "outro circuito" econômico
diferenciado do mercantil e do estatal, o qual, através de
níveis crescentes de associação, fortalece-se como uma
dinâmica híbrida que combina a produção doméstica de valores
de uso com a produção mercantil. A partir da emergência da
"economia dos pobres", buscamos pistas para a
construção das urgentes alternativas societárias que
possibilitem, em particular, o acesso à cidadania de grupos
raciais