Trata-se de um ensaio de quantificação da mobilidade social em Portugal obtido como "sub-produto" de um inquérito às atitudes da população portuguesa perante o crescimento económico e a equidade social realizado em 1994.
Num primeiro tempo, far-se-á uma brevíssima alusão às teorias sociológicas disponíveis acerca da estratificação e mobilidade sociais, justificando a opção pelo chamado "esquema de classes de Goldthorpe" e mencionando as últimas reflexões do mesmo autor sobre a questão (Erikson & Goldthorpe, The Constant Flux, 1992).
Num segundo tempo, serão referidos os consideráveis problemas metodológicos envolvidos na quantificação da mobilidade social, independentemente das teorias disponíveis sobre a mobilidade e do "esquema de classes" adoptado.
Num terceiro tempo, serão apresentados e comentados, com as reservas decorrentes do ponto anterior, os resultados do ensaio de quantificação realizado.
Finalmente, será apresentado um perfil atitudinal dos seis estratos sociais resultantes da adaptação do "esquema de Goldthorpe" à realidade portuguesa, bem como dos três grandes tipos de mobilidade obtidos: "ascendente", "descendente" e "neutra".

Manuel Villaverde Cabral - Instituto de Ciências Sociais