Pólos de software e novas economias regionais no Brasil
Uma análise regulacionista das influências econômico-espaciais do programa Softex-2000
Esta comunicação tem o propósito de apresentar e analisar - a partir de uma perspectiva regulacionista - os primeiros resultados de uma pesquisa realizada sobre as influências econômico-espaciais dos pólos brasileiros de software que integram o Programa Softex-2000. O "Softex 2000" -Programa Nacional de Software para Exportação - se propõe a despertar nas empresas brasileiras produtoras de software maior interesse na conquista de mercados (sobretudo externos) para os seus produtos, promovendo a integração destas com universidades. Este Programa foi criado pelo governo federal em 1993 e vem sendo conduzido pelo CNPq -Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Entre as várias iniciativas desencadeadas pelo "Softex-2000" estão a criação de núcleos de software e a montagem de escritórios de representação no exterior. Como para esta comunicação têm maior relevância o papel do "Softex-2000" enquanto instrumento indutor de processos de desenvolvimento regional, será enfatizado precisamente o desenvolvimento dos núcleos de software criados e apoiados pelo Programa. Os núcleos foram idealizados para funcionarem como centros de treinamento, fornecendo informações de mercado, estágios no exterior, projetos de incubação e conexão com centros de pesquisa nacionais e internacionais, além de oferecer conferências e outros serviços. Ademais, o "Softex-2000" procura atrair empresas multinacionais para se instalarem no Brasil e desenvolverem seus softwares, utilizando mão-de-obra brasileira. O "Softex-2000" teve seu início no Centro de Pesquisas da Telebrás, em Campinas, a partir da preocupação com a identificação do setor que, no âmbito do desenvolvimento tecnológico do Brasil, poderia competir em nível internacional. A idéia foi levada à esfera federal e o CNPq, órgáo do Ministério da Ciência e Tecnologia, lançou o projeto em nível nacional. Desde a sua implantação já se filiaram 645 empresas ao "Softex-2000" - o que implica não apenas uma alocação considerável de recursos financeiros para o financiamento de bolsas de estudo, equipamento e apoio gerencial e de marketing às empresas, mas um potencial ainda não devidamente dimensionado de desenvolvimento regional dos espaços nos quais foram criados e estão sendo apoiados núcleos de software.
Ivo M. Theis