A complexificação crescente das sociedades ditas "
modernas" é apontada como uma das principais causadoras das
transformações nas formas de socialização, da fragilização
das solidariedades tradicionais e das formas de protecção dos
individuos, tal como existiam nas sociedades pré-modernas. Esta
passagem , por vezes bastante brusca, provocada pela adaptação
forçada dos cidadãos a novas estruturas sociais e a novas
formas de produção e de estilos de vida originou grandes
alterações nas diferentes etapas da socialização dos
individuos.
Os novos contextos sociais exigem, por um lado, continuidade no
funcionamento das instituições, por outro , muita competência
para não provocar desintegração estrutural, nem isolamento, ou
como se diz agora, exclusão.
As sociedades actuais, mais complexas, exigem formas mais
rigorosas de socialização primária e secundària dos
individuos de tal modo que os leva a fazer um exercício mental
de planeamento dos seus ciclos de vida como meio de prevenção
das incertezas e do fenómeno da exclusão social. Nunca como
agora esteve ela tão presente, podendo ocorrera qualquer um e a
qualquer idade, independentemente das suas origens familiares e
de classe. Basta que se falhe na competencia para gerir os
processos de socialização que vão desde a aquisição de um
estatuto social, passando pelos percursos escolares, pelas formas
com se entra na vida activa, pelas formas de mobilidade e pelos
processos de saída da actividade profissional
Em suma , este paper pretende chamar a atenção para os
processos de exclusão e como manter-se fora deles, ponto o
acento tónico nas transformações da socialização, ou seja,
na importancia da organização social dos ciclos de vida tendo
sempre presente que a vida humana implica dois tipos de
transacções, uma biografia, que o índivíduo estabelece
consigo próprio, eoutra relacional , que estabelece com os
outros. Ambas influenciam-se mutuamente, quer positiva que
negativamente.
Maria das Mercês C. de Mendonça Covas