Investigação

Projecto Práticas Funerárias

Práticas funerárias da Pré-História Recente no Baixo Alentejo e retorno sócio-económico de programas de salvamento patrimonial

Equipa: António Carlos Neves de Valera (Inv. Responsável), Ana Célia Calapez Gomes,
Ana Maria Gama da Silva, Gonçalo Cardoso Leite Velho, Idalina Maria Dias Sardinha, Lucy Elizabeth Shaw Evangelista, Manuel Francisco Pacheco Coelho, Maria Isabel de Deus Mendes, Nelson Daniel Broa Cabaço, Ricardo Miguel Alves Correia Godinho, Sandra Maria Correia Loureiro, Victor Manuel Simões Filipe (Investigadores) e 6 Bolseiros de Investigação
Financiamento: FCT
Instituição proponente: IPT
Instituições participantes: ERA, CG/FCT-UC, DA/FCT-UC e SOCIUS/ISEG-UL
Referência: PTDC/HIS-ARQ/114077/2009
Calendarização prevista: 01 Mar 2011 - 28 Fev 2014
Palavras-chave: Práticas Funerárias, Pré-história Recente, Modelo de valorização patrimonial, Impacto socioeconómico

Sumário:

O projeto incide sobre o estudo das práticas funerárias da Pré-História Recente no Baixo Alentejo (distrito de Beja) e construção de modelos de valorização de conhecimento produzido no âmbito de minimização de impactos sobre património arqueológico (não visitável no local ou totalmente desmantelado), procurando reunir no mesmo processo de investigação a dimensão científica do problema arqueológico e o problema da sua valorização patrimonial e disponibilização pública (entendida como retorno social e económico da atividade científica em Arqueologia). Os contextos arqueológicos em causa resultam de intervenções de minimização realizadas em empreendimentos da Redes Energéticas Nacionais (REN) e Empresa de Desenvolvimento de Infraestruturas de Alqueva (EDIA), as quais valorizam o projeto e estão disponíveis para nele colaborarem em termos a definir em caso da sua aprovação.
Mal conhecidas no Neolítico ou revelando apenas uma das suas facetas, para a Idade do Bronze, as evidências relativas às práticas funerárias da Pré-História Recente no Baixo Alentejo estão hoje a sofrer uma profunda revolução empírica decorrente da implementação de grandes empreendimentos com impacte naquele território, sobretudo relacionados com a exploração da barragem de Alqueva. Apresentando soluções que claramente contrastam com o que se conhecia na região, a sua investigação proporcionará uma profunda revisão dos nossos conhecimentos das estratégias sociais de gestão da morte (no plano das arquiteturas, rituais, organização social, conceções cosmológicas e paleodemografia). Pretende-se, assim, a partir de um conjunto de oito sítios de relevância científica intervencionados no âmbito da minimização de empreendimentos, investigar as soluções funerárias desenvolvidas pelas comunidades do Baixo Alentejo entre o Final do Neolítico e a Idade do Bronze, na sua articulação e contrastes relativamente às práticas conhecidas nas regiões periféricas do Sudoeste Peninsular.
Por outro lado, decorrendo de descobertas realizadas no âmbito da Arqueologia de Salvamento, a grande maioria dessas evidências foi destruída após a minimização arqueológica e os respetivos sítios não ficarão acessíveis, pelo que a investigação e desenvolvimento de estratégias de valorização e divulgação de património arqueológico não visitável se constitui como uma vertente central para o problema da sua justificação social. Trata-se, também de uma abordagem inovadora, assente numa perspetiva de reflexividade, que procura introduzir na dinâmica de investigação científica a preocupação com as suas próprias condições sociais de atuação, contemplando diferentes dimensões do seu retorno social e económico, na ótica do desenvolvimento sustentado. Se a prática no que respeita ao problema da valorização e disponibilização do património arqueológico se têm centrado em torno de elementos fixos no espaço (sítios arqueológicos e/ou museus), pretende-se, neste projeto, investigar, desenvolver e avaliar soluções de disponibilização de conhecimento não ancorado em espaços físicos concretos e imóveis.